Peixe e chocolate: fazem bem à saúde?

Saiba se o consumo de peixe e chocolate realmente trazem benefícios à saúde.

Independentemente de questões religiosas, a semana santa é tradicionalmente celebrada pelo consumo de peixe, muitas vezes o bacalhau, e chocolate, mesmo por não católicos. Como mencionei, independente de questões religiosas, é a oportunidade de encontrar familiares e amigos para uma reunião fraternal.

Mas quais quais os benefícios e riscos do consumo de peixe e chocolate à saúde?

Peixes

Peixe em geral é uma boa fonte de proteína e, diferentemente das carnes gordurosas, não contém altas quantidades de ácidos graxos saturados, os vilões para o sistema cardiovascular. Peixe também é uma fonte rica em ácidos graxos ricos em ômega-3. Estes por sua vez, trazem benefícios cardíacos tanto para pessoas saudáveis como para aqueles que têm alto risco ou doença cardiovascular já instalada. Estudos mostraram que os ácidos graxos ricos em ômega-3 diminuem o risco de arritmias cardíacas, que podem levar a morte súbita. Além disso, essas substâncias podem ajudar na redução da pressão arterial e diminuir a formação de placas de aterosclerose, responsáveis por derrames cerebrais, infarto do miocárdio, perda de membros, etc.

A  American Heart Association (Sociedade Americana de Cardiologia – em tradução livre), uma entidade altamente respeitada no mundo, recomenda que se coma peixe (particularmente os peixes gordurosos, como salmão, sardinha, cavalinha, arenque, etc, pelo menos duas vezes por semana). Não se esqueça de consumi-los assados ou grelhados, não fritos!

O bacalhau, altamente apreciado por aqui, é uma excelente fonte de ômega-3 e proteína magra.

Também não se esqueça de que o preparo do bacalhau tem que ser adequado para que se retire excesso de sal, o vilão da hipertensão arterial.

Chocolate

Existem especulações que os flavanóides, substâncias antioxidantes presentes no cacau, vinho, chás, frutas, etc, podem promover algum grau de proteção cardiovascular com resultado de efeitos antitrombóticos. Existe alguma evidência científica que o consumo de chocolate amargo promove um aumento nos níveis sanguíneos de antioxidantes totais e epicantechina, um flavanóide presente no chocolate. Porém os efeitos benéficos dessas substâncias são marcadamente reduzidos ou inexistentes com a adição de leite ao chocolate ou se o chocolate é consumido com leite, a preferência do mundo ocidental. Estudos publicados na respeitada revista Nature, indicam que a absorção dos antioxidantes presentes no chocolate sofre interferência do leite, com a perda dos benefícios.

Deve-se tomar cuidado, pois o chocolate é um alimento de elevado teor calórico, especialmente por seu elevados teores de gordura. Em média, cada 100g de chocolate fornece cerca de 550 kcal e tem mais que 30% de gordura. Portanto, apesar de poder ser muito prazeroso, o consumo excessivo é prejudicial, por causa do alto índice de açúcar e gordura, o que faz com que as pessoas ganhem peso, o que pode neutralizar os ganhos proporcionados pelos antioxidantes.

O chocolate deve constituir uma parte muito pequena da dieta diária dos indivíduos. Mesmo na Suíça, que é o país com o consumo per capita maior do mundo, o chocolate representa apenas 5 a 10% do total da dieta. Nestas quantidades, o chocolate tem um efeito positivo no equilíbrio nutricional.

Em resumo…

O consumo consciente de peixes, incluindo o bacalhau, e a comemoração da páscoa com aquele delicioso ovo de chocolate em quantidades equilibradas, só faz bem à saúde. Não se culpe, mas também não exagere!

Outra dica: não se auto-medique com vitaminas e suplementos com ômega-3 ou antioxidantes. Procure sempre um médico.

Não deixe de aproveitar o momento para celebrar com sua família.

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